HISTÓRIA


O evento nasce da vontade do Dr. Carlos Martins, presidente da direção da Associação Portas do Mar (APM), como forma de divulgação da infraestrutura recentemente criada no centro da cidade capital dos Açores, Ponta Delgada.

Foi no ano de 2015 que as primeiras corridas de Trail Run são organizadas na ilha de São Miguel, apesar de nos Açores já terem sido organizadas algumas corridas na ilha do Faial com o Azores Trail Run. As corridas nesta altura acompanham a evolução dos atletas locais e baseiam-se em distâncias na categoria de trail, abaixo da distância da maratona, os 42Kms.

As potencialidades geográficas, a beleza o risco e desafio da ilha de São Miguel deram o nome a esta prova atlântica, o EPIC Trail Run Azores.

O EPIC tem a sua origem numa parceria entre a entidade organizadora a Associação Portas do Mar (APM) e o Clube Açoriano de Todo o Terreno e Turismo (CATTT) com o apoio do Clube Desportivo Metralhas (CDM), que fruto de alguma experiência organizativa de outros eventos assume a responsabilidade da direção técnica da corrida, liderada por Alcino Pires (2015) e Bruno Fernandes (2016 e 2017). Em 2018 a direção técnica passa a ser responsabilidade do Clube Morcegos Trail assumindo a direção de prova Luís Onça.


1ª edição – 2015

Esta edição decorreu em 2 etapas, com uma corrida noturna no dia 10 de outubro, o EPIC15 e a corrida principal, o EPIC28, no dia 11 de outubro. O EPIC15 decorreu no Parque Florestal do Pinhal da Paz e redondezas. O EPIC28 teve partida no Pico da Barrosa e chegada nas Portas do Mar. Foi organizada no dia 10 uma EPICaminhada, com percurso circular, no trilho da Lagoa do Fogo no concelho de Vila Franca do Campo.

Esta edição teve a participação de cerca de 80 atletas. Teve como atleta convidado o ultra maratonista João Colaço.

2ª edição – 2016

Para a 2ª edição a prova cresceu em distância e dificuldade. Foram organizadas 2 corridas e a EPICaminhada. No dia 15 de outubro a corrida ultra do EPIC60 teve partida de Vila Franca do Campo, junto ao pavilhão Açor Arena com a Base de Vida montada no local de partida do EPIC30, a vila de Água de Pau. No dia seguinte a caravana do EPIC juntou-se, novamente, em Água de Pau para a EPICaminhada, num passeio de cerca de 10kms com a inauguração do novo trilho desenvolvido pela Câmara Municipal da Lagoa.

Esta edição teve a participação de cerca de 80 atletas.

3ª edição – 2017


Esta foi a afirmação do EPIC no panorama nacional da modalidade. Tendo a organização alterado a data da prova para Dezembro e sendo este mês a data da realização da final da Taça de Portugal na distância de trail pela Associação de Trail Running Portugal (ATRP), foram iniciados contactos com a direção e o governo regional de forma a trazer aos Açores os melhores atletas nacionais para disputar esta 1ª edição da final da taça.

Foi nesta edição que o EPIC cresceu para a categoria de 3 dígitos e para uma corrida de Ultra Trail Endurance, o EPIC100. Esta corrida teve partida no dia 01 de Dezembro na Lagoa das 7 Cidades às 00h00. Para a prova rainha da Taça de Portugal, o EPIC40_ATRP e para a corrida EPIC40_Open (atletas não finalistas da taça) a partida foi dada junto à praia de Água d´Alto no Hotel Pestana Bahia Praia, no concelho de Vila Franca do Campo. Às 10h30 foi dada a partida do EPIC15 no Parque Florestal do Cerrado dos Bezerros. Todas as chegadas foram concentradas na idílica Lagoa das Furnas, junto às caldeiras do cozido das Furnas.

Esta edição teve a participação de cerca de 500 atletas. Teve como atleta convidado o ultra maratonista Armando Teixeira

4ª edição – 2018

A edição de 2018, ao contrário da edição anterior, ficou marcada por uma volta de 180º na escolha do percurso, partindo a prova da Vila do Nordeste no sentido Este – Oeste em direção ao pavilhão Açor Arena em Vila Franca do Campo.

As condições climatéricas que se fizeram sentir no dia da prova foram excelentes, o que permitiu aos atletas desfrutar de toda a envolvência das paisagens deslumbrantes da ilha de São Miguel. Na memória ficaram as partidas do EPIC120 na Vila do Nordeste, a moldura humana das partidas do EPIC30 e EPIC15 na Vila de Água de Pau, o nascer do Sol no Salto da Inglesa e no PAC6 do Castelo Branco e as infinitas vistas da ilha a partir do Pico da Barrosa.

Foi a confirmação dos 3 dígitos no EPIC com mais de 70 inscritos no EPIC120, perto de 100 atletas no EPIC60, 180 atletas no EPIC30 e 180 no EPIC15, num total de 540 inscritos e 18 nacionalidades.

Para a posteridade fica o registo das 15h12 do atleta Madeirense Bruno Dantas no EPIC120.

5ª edição - 2019

A aposta foi na continuidade do trabalho realizado em 2018. Foram mantidos os percursos, à exceção do prova rainha que passou de 120 para 110 kms, com pequenas alterações nas restantes provas e a base da prova passou a ser totalmente no pavilhão Açor Arena em Vila Franca do Campo.

Nesta edição o número de atletas inscritos superou todas as melhores expetativas, foram registadas 709 inscrições, com 86 atletas estrangeiros de 21 nacionalidades. 118 atletas no EPIC110, 113 no EPIC60, 230 para o EPIC30 e 248 no EPIC15.

Destaque no EPIC110 para a vitória do francês Patrick Bohard do Team Hoka France com 12h56 e da renovação do título para a atleta local Vera Oliveira do CD Metralhas. No EPIC60 a vitória foi para o atleta espanhol basco, Zigor Iturrieta com 06h16 e a atleta francesa Manon Bohard 3ª da classificação geral. Para o EPIC30 foram vencedores Helder Pereira e Joana Esperançoso e no EPIC15 o espanhol Nicolás Garrido e Célia Neto.

Edição - 2020 - cancelada devido à pandemia Covid19

6ª edição - 2021

O melhor EPIC da história. Esta edição cresceu sob o estigma da pandemia e a organização receava que devido a algumas medidas mais restritivas os atletas pudessem não se inscrever na prova. Tal não se verificou e foram superadas as expetativas da organização.

Foram adotadas medidas restritivas de prevenção da pandemia, nomeadamente nas partidas, na zona de meta e nos PACs (abastecimentos) que foram transmitidas e bem aceites pelos atletas e a prova decorreu dentro da normalidade.

Tal como em 2019 a aposta foi na continuidade dos percursos, tendo havido necessidade de alterar apenas o percurso do EPIC110 devido ao encerramento parcial do trilho do Pico da Vara. Desta forma a partida foi dada frente à igreja de Santo António Nordestinho com os habituais foguetes a marcarem esta prova. Outra alteração de relevo foi a partida do EPIC60, que aconteceu nas caldeiras da Vila das Furnas por entre os geiseres de água escaldante num cenário incrível.

O número de atletas foi superado e chegamos às 821 inscrições distribuídas desta forma: EPIC110 – 85; EPIC60 – 131; EPIC30 – 271; EPIC15 – 334 com 566 homens e 255 mulheres em prova. Estiveram representadas 21 nacionalidades entre os 77 atletas estrangeiros De Portugal continental tivemos 294 atletas e da Madeira 22. À exceção do Corvo, todas as ilhas estiveram em prova, com São Miguel a trazer 351 atletas e 74 atletas das restantes ilhas.

Quanto aos resultados, no EPIC110 a vitória foi disputada até aos ultimos quilómetros e sorriu ao atleta Pedro Fernandes (Monsanto Running Team) e para francesa Lucie Jamsin (Team MAC Sport) com recorde do percurso. No EPIC60 a vitória masculina foi para o Norte Americano Zachary Sonoga, batendo o record da prova por 2 minutos, nas senhoras venceu a ex-campeã mundial por Espanha, Teresa Nimes Perez. Para o EPIC30 a vitória sorriu para o campeão nacional de trail running Hélio Fumo (Runners do Demo) com record do percurso em menos 25 minutos, nos femininos venceu a Francesa Cecile Buffard também retirando 5 minutos ao recorde da prova. A prova mais curta foi vencida nos masculinos pelo atleta local Márcio Azevedo (Clube Operário Desportivo) com record de prova e pela atleta, também local, Joana Oliveira (Juventude Ilha Verde – trail).

7ª edição - 2022

Esta edição do EPIC Azores by Decathlon foi épica à sua maneira, talvez até demais! Foi superado o milhar de participantes, que era uma expectativa da organização e que se confirmou, mas as condições climatéricas dos 2 dias do evento não fizeram a vida fácil a ninguém.

Por causa do vento, chuva e frio, que, em conjunto, não são habituais na região, a prova sofreu várias adaptações. À partida o percurso do EPIC110 e EPIC60 teve de ser alterado a partir do PAC6 Areeiro, tendo-se confirmado, posteriormente, ter sido uma decisão acertada, dada a exposição dos locais onde a prova ia passar e a dificuldade de acesso. A partida do EPIC110 teve de ser alterada para o pavilhão da EB/S do Nordeste, tendo-se conseguido manter o fogo de artificio tradicional. Já a partida do EPIC30 e EPIC15 foi adaptada, uma vez que o vento não permitia a montagens das estruturas.

Com todas as provas a decorrer a organização tomou a decisão de, pelas 15h30, neutralizar a corrida a partir do PAC7 Lagoa do Fogo, dado o alerta amarelo emitido e tendo-se verificado que as condições tendiam para piorar e a noite iria trazer muitos desafios para organização e atletas. Foi uma decisão dificil, mas a mais sensata e aceite pelos atletas. Foi ativada uma operação de resgate dos atletas desde o PAC5 até ao PAC7, nomeadamente atletas do EPIC110. Dos 101 que partiram, terminaram 22.

O número de atletas confirmados nesta edição foi largamente superado, tendo atingido os 1111 atletas nas 4 distâncias, tendo sido superados os 821 inscritos de 2021. EPIC110 – 105; EPIC60 – 201; EPIC30 – 338; EPIC15 – 467. Tivemos, novamente, 21 nacionalidades e 88 atletas estrangeiros. Da região Açores estiveram 413 atletas e da Madeira 27. O grande aumento de atletas verificou-se no contingente “Continente” com 583 atletas, muitos acompanhantes, grupos de equipas e atletas a repetir a prova. Faltaram, apenas, representantes do Corvo e Graciosa nas ilhas e de Portugal continental só de Bragança não tivemos atletas.

Na classificação o EPIC110 foi a prova que teve mais desistentes. O vencedor masculino foi César Duarte do Boavista FC Trail com 14h55 e no setor feminino tivemos 2 finalistas, a vencedora Fátima Buchas do Sharish Gin/Piranhas do Alqueva com 17h18, seguida da vencedora do “Azores 100 Milhas”, Margarida Bagão (GDC Sines e Algarve). No EPIC60 os vencedores foram Vitor Cruz (FC Penafiel) e Célia Neto (Olímpico Vianense). Para o EPIC30 os lugares mais altos foram para o Ricardo André (Sharish Gin/Piranhas do Alqueva) e Susana Echeverria (Saca Trilhos Anadia). Na prova mais curta, o EPIC15, destaque para os campeões Eugénio Medeiros (CD Vila Franca), atleta da casa e Margarida Pestana (Clube Desportivo de Espite), tendo esta atleta registado o único recorde desta edição com 1h28.

Este EPIC deixou muitas marcas… desde logo os ensinamentos que a natureza nos fez, a necessidade de “profissionalizar” e continuar a evoluir na qualidade do evento e a confirmação da projeção que o Trail Run tem no destino Açores tem. O EPIC é um dos grandes eventos desportivos da região e de Portugal. Porque não pensar internacional? Contamos com todos para continuar a crescer.

8ª edição - 2023

Depois da catastrófica intempérie que marcou a sétima edição a organização ficou convicta que pior do que tinham passado atletas, organização e voluntários era dificil acontecer. De facto, nos 2 dias do evento, desta oitava edição, as condições não estiveram piores, mas criaram muitas dificuldades com chuva e vento durante toda a prova, tendo-se registado pioria das condições na noite de sábado o que afetou os atletas do EPIC110, com algumas desistências já dentro os 10 quilómetros finais.

Na quarta-feira, antes da prova, a ilha esteve sob alerta laranja para chuva e vento e que levou à interrupção de muitas vias terrestres com fortes condicionamentos de trânsito, nomeadamente no concelho da Povoação, pelas derrocadas e quedas de árvores. A organização, tendo já uma grande parte do percurso marcado e preparado, teve necessidade de percorrer e intervir em variadas derrocadas e quedas de árvores que bloqueavam os percursos das várias provas. Foi com uma grande abnegação e sacrifício dos nossos voluntários e com o apoio das autarquias, nomeadamente do Nordeste e Povoação, que se conseguiu manter o percurso.

Todas as partidas foram dadas sem chuva e no horário previsto. De registar uma alteração de percurso para o EPIC110 e EPIC60 na semana anterior ao evento devido a uma falta de autorização de passagem numa zona no concelho de Vila Franca do Campo. Os percursos do EPIC30 e EPIC15 mantiveram-se iguais ao que tem sido feito desde 2018.

O número de atletas nesta edição aproximou-se no número record da edição anterior (1111 atletas), com 951 confirmados. Verificamos, com agrado, as 336 atletas inscritas do género feminino, o que corresponde a mais de 1/3 dos atletas, o que é uma valia para o evento e para a modalidade. Ao nivel de cada prova a distribuição foi a seguinte: EPIC15 – 455; EPIC30 – 292; EPIC60 – 114; EPIC110 – 90 atletas. Registamos número record de nacionalidades, com 25 para 55 atletas. 7 das 9 ilhas dos Açores estiveram representadas (exceção do Corvo e Graciosa) com 398 atletas, sendo 353 de São Miguel. Da Madeira vieram 16 atletas e do contingente “continente” registamos 470 inscritos, mais de metade dos atletas em prova, o que vem confirmar números de anos anteriores.

Vitor Cruz do EDV Viana Trail, foi o vencedor da prova rainha e veio revalidar um título, depois de em 2022 ter vencido o EPIC60, levou, desta feita, o troféu no EPIC110 com 14h40, sendo no setor feminino vencedora, a neerlandesa Loes Schuren do Sharish Gin/Piranhas do Alqueva com 19h21. De assinalar, nesta distância, o 2º lugar do atleta local Pedro Fernandes dos Morcegos Trail que teve a melhor classificação dum atleta regional para a prova do EPIC com 3 dígitos. O EPIC60 teve um vencedor espanhol, Roger Dot dos Mountain Runners del Berguedà com 06h42 enquanto nos femininos a atleta do Feirense Trail, Liliana Cardoso venceu com 07h53. No EPIC30 o vencedor foi César Estrela do Sport Arronches e Benfica com 03h14 e da atleta local da Juventude Ilha Verde, Andrea Silva com 03h58, ficando a 1 minuto do record da prova. A prova mais concorrida, talvez por ser série 150 da ATRP, o EPIC15, teve um vencedor local, Rodrigo Vieira, atleta do Clube Operário da Lagoa com 01h16 sendo a vencedora Sónia Barros do Tugas on Tour com 01h45, tendo as 3 atletas do pódio ficado a menos de 5 minutos.

A organização, com os ensinamentos que a natureza deixou da edição 2022, fez algumas alterações, desde logo com a montagem da meta na nave do pavilhão Açor Arena ao coberto do mau tempo o que se revelou uma decisão muito acertada, nomeadamente pelas condições que se fizeram sentir. Também foram colocados contentores em 2 abastecimentos mais precários, melhorando muito as condições dos PAC e os banhos foram distribuídos por outros locais perto da meta, proporcionando melhores condições aos atletas do EPIC60 e EPIC110 que chegavam mais tarde e podiam usufruir dos balneários do pavilhão Açor Arena. O EPIC continua a marcar os eventos desportivos nos Açores em qualidade e quantidade. Esperamos continuar a crescer, a ilha de São Miguel, os nossos parceiros e os Açores mereciam já uma prova a fazer parte dum circuito internacional.


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